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Nomes Gentílicos

por Nuno Saraiva, em 23.03.06

A título de curiosidade aqui fica um site onde se podem consultar nomes gentílicos.

Curiosidades:

Lisboa: lisboeta, lisbonense, lisboês, lisbonino, olisiponense

Sintra:sintrense, sintrão

Colares apenas tem colarejo.

publicado às 16:17

Colarense ou Colarejo?

por Nuno Saraiva, em 20.03.06

Dúvida colocada no Ciber-dúvidas por Ricardo Carvalho

Tema

Os naturais de Colares

Pergunta/Resposta

   Os naturais da vila de Colares, concelho de Sintra (Portugal), devem designar-se “colarenses” ou “colarejos”?
   Nota: Esta dúvida foi por mim levantada durante o passeio cultural que a Alagamares – Associação Cultural realizou recentemente através do centro histórico daquela vila. Apesar da resposta dada durante o passeio pelo historiador João Rodil, que apontou “colarense” como sendo a forma correcta, em meu entender persiste ainda alguma dúvida pois, por exemplo, Nuno Saraiva, autor do blogue de Colares, refere, com recurso ao Prontuário Ortográfico e Guia da Língua Portuguesa, da autoria de Magnus Bergström e Neves Reis, que a forma correcta será antes “colarejo”.
   Peço ajuda ao Ciberdúvidas da Língua Portuguesa para 'desempatar' nesta questão.
   Agradecido.

Ricardo Carvalho
Portugal

Resposta:

Colarejo é a única forma inclusa nos Topónimos e Gentílicos de I. Xavier Fernandes e no Vocabulário da Língua Portuguesa de F. Rebelo Gonçalves.F. V. P. da Fonseca

17/03/2006

publicado às 09:11

Colarense ou Colarejo?

por Nuno Saraiva, em 24.02.06

Copio abaixo um texto que encontrei na página do programa prof2000 sobre os nomes gentílicos. Esta página refere como fonte o Prontuário Ortográfico e Guia da Língua Portuguesa, da autoria de Magnus Bergström e Neves Reis, publicado pela Editorial Notícias, 23ª ed., pp. 96 a 102.

Segundo as regras da língua portuguesa vem: colarejo.

Os nomes gentílicos, étnicos ou pátrios exprimem «procedência» ou «naturalidade». Há variadíssimas maneiras de os constituir. Recorre-se à utilização de uma grande diversidade de sufixos e desinências e, frequentes vezes, às formas latinas ou latinizadas das respectivas localidades.

Não se pode estabelecer uma regra única e rígida, porque o uso e a tradição impõem os seus direitos, forçando até o emprego de vocábulos sem nenhuma analogia mórfica com a denominação das terras ou lugares.

Sufixo «aco» — Ex.: austríaco, da Áustria; egipcíaco, do Egipto; etc.

Sufixo «ano» — Ex.: africano, de África; alentejano, do Alentejo; alagoano, de Alagoas, Brasil; goisiano, de Góis; mexicano, do México; murciano, de Múrcia; etc.

Sufixo «io» — Ex.: barrosão, do Barroso; brabanção, de Brabante; bretão, da Bretanha; etc.

Sufixo «ato» — Ex.: maiato, da Maia; etc.

Sufixo «ego» — Ex.: manchego, da Mancha; etc.

Sufixo «eiro» — berlengueiro, das Berlengas; cartaxeiro, do Cartaxo; brincheiro, de Brinches; etc.

Sufixo «ejo» — Ex.: alcoutenejo, de Alcoutim; colarejo, de Colares; etc.

Sufixo «cubo» — Ex.: barranquenho, de Barranco; estremenho, da Estremadura; rifenho, do Rife; etc.

Sufixo «eno» — Ex.: antioqueno, da Antioquia; chileno, do Chile; madrileno, de Madrid; nazareno, da Nazaré; romeno, da Roménia; etc.

Sufixo «case» — O elemento mais vulgar nesta espécie de normas é o sufixo ense, derivado do latim ensis (raiz ens e determinativo is). Ex.: alcobacense, de Alcobaça; almeiriense, de Almeirim; estremocense, de Estremoz; montemorense, de Montemor; etc.

Sufixo «ês» — O sufixo ense deu por contracção o sufixo popular ês, como em albanês, da Albânia; chinês, da China; cordovês, de Córdova; tirolês, do Tirol; etc.

Sufixo ico» — Ex.: minderico, de Minde.

Sufixo «inho» — Ex.: biscainho, da Biscaia.

Sufixo «ino» — Ex.: argelino, de Argel; argentino, da Argentina; gibraltino, de Gibraltar; maiorquino, de Maiorca; minorquino, de Minorca; ovarino (forma popular varino por aférese do o inicial, de Ovar); oliventino, de Olivença; etc.

Sufixo «io» — Ex.: algarvio, do Algarve; boémio, da Boémia; assírio, da Assíria; etc.

Sufixo «ista» — Ex.: ambaquista, de Ambaca; macaísta, de Macau; etc.

Sufixo «ita» — Ex.: israelita, de Israel; moabita, do antigo país de Moab; etc.

Sufixo «ota» — Ex.: epirota, de Epiro; candiota, de Cândia; minhota, do Minho; penaguiota, de Penaguião; romeliota, da Romélia.

publicado às 09:27

Image hosting by Photobucket Artigo do Diário de Notícias acerca do passeio da ALAGAMARES. João Rodil, afirmou, segundo o DN, que o correcto é dizer Colarense, colarejo era seria apenas gerúndio da popular. Assuntos da língua portuguesa interessam-me e este é bem interessante: O que é que faz uma palavra ser correcta? A sua absorção pela população ou a sua história? Como foram definidos os adjectivos relativos às terras dum individuo? Por norma há um sufixo a acrescentar que será imposto pela tradição. Já agora o que estará mais correcto? Lisboeta ou Lisbonense?

publicado às 10:24

Colares

por Nuno Saraiva, em 09.06.05
Artigo no Mente Positiva em Julho de 2004 Colares hoje é prodiga em vivendas, e nascem vivendas em tudo o que é canto, mas outrora, há 40, 50, 100 anos, Colares foi muito importante na economia lisboeta.. Eram famosos, os vinhos, as maçãs e os pêssegos-rosa de Colares.. Estes últimos lembro-me de comer alguns quando era miúdo, com um sabor como nunca mais vim a encontrar.. Colares era o grande centro agrícola da região, e as mulheres de Colares iam para a Praça de Ribeira vender os seus produtos (cultivados pelas suas famílias). Havia uns distribuidores (os mais conhecidos eram os Irmãos Baetas, que mais tarde viriam a fundar os supermercados Baeta) que levavam para venda os produtos dos agricultores mais pequenos, e em troca compravam os bens que estes não tinham acesso a comprar: Arroz, petróleo, farinha, etc. Os vinhos ganharam muita fama e atraíram muita gente (O livro O Mistério na Estrada de Sintra de Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão, conta a história de um fidalgo que foi a Colares comprar vinho). Um facto que apenas descobri no passado inverno, é que na altura, o mercado da ribeira era quase totalmente dominado por vendedoras de Colares, de tal modo que a palavra colareja, que numa primeira interpretação significa mulher de Colares, enraizou-se na lingua portuguesa como o que no calão designamos "mulher da praça" ou "peixeira". Segundo o dicionário Universal da Texto Editora: colareja: de Colares, n. pr. s. f., mulher que vende frutas e hortaliças nos mercados de Lisboa; regateira; mulher que discute grosseiramente. Aqui fica a história "oficial" da vila de Colares: Nas faldas da serra de Cintra, uma legua ao oeste da villa d'este nome, está sentada a villa de Collares à sombra de frondosos arvoredos. Pela encosta da serra sobranceira à povoação vão subindo algumas casas, quintas, e mattas de castanheiros. Inferior à villa estende-se um fertil valle, denominado a Varzea, todo coberto de pomares, e cortado pelo rio das Maçãs, que vae desaguar no oceano d'ahi uma legua. É pois sobremodo amena e deliciosa a situação de Collares. Quanto à sua origem pouco se sabe, só sim que é muito antiga, e que já existia no tempo dos romanos, porque d'isto dão testemunho muitas medalhas e inscripções romanas, que ahi teem sido encontradas. Tambem não consta o que passou sobas diversas dominações, a que esteve subjeita a Lusitania depois da queda do imperio romano. Provavelmente viu-se livre do jugo sarraceno ao mesmo tempo que a sua visinha Cintra, que foi resgatada por D.Affonso Henriques. El.rei D.Diniz deu foral a esta villa em Maio de 1255. D.João I fez doação d'ella ao condestavel D.Nuno Alvares Pereira em Agosto de 1385. Depois, passando successivamnete a differentes netos d'este heroe, veiu a pertencer à infanta D.Beatriz, mãe d'el-rei D.Manuel, pela morte da qual entrou Collares outra vez no dominio da coroa. Este ultimo monarcha deu-lhe então novo foral em Novembro de 1516, augmentando-lhe muito os antigos privilegios. Sobre a etymologia do nome de Collares, parece melhor opinião a que o deriva dos dois collos ou collinas, sobranceiros à Varzea, em que a villa está edificada. Collares teve tambem o seu antigo castello, e tão antigo que nada se sabe ao certo relativamente à sua fundação. No reinado d'el-rei D.Sebastião, e ja anteriormente, o senado da camara servia-se d'elle para diversos usos do ministerio publico. Porém no tempo dos Filippes de Castella, querendo D.Diniz de Mello e Castro, que foi bispo de Leiria, de Vizeu, e da Guarda, estabelecer n'esta villa a sua residencia, pediu e alcançou a posse do castello, que logo transformou em um palacio, juntando-lhe uma bella quinta, actualmente pertencentes a seus herdeiros. D'esta fortaleza provavelmente procedem as armas da villa, que são um castello entre arvores. Tem Collares uma só parochia dedicada a Nossa Senhora da Assumpção. A casa da misericordia foi fundada por D.Diniz de Mello e Castro. Nas proximidades da villa, em logar plano, mas um pouco mais alto, está o edificio do extincto convento de Sant'Anna, que pertenceu aos religiosos carmelitas. Deu principio a esta fundação frei Constantino Pereira, que morreu em 1465, e era sobrinho do condestavel D.Nuno Alvares Pereira. Na capella-mór da egreja está sepultado o seu padroeiro, o bispo D.Diniz, e n'outras sepulturas, em um carneiro, e em dois tumulos de marmore, varias pessoas da sua familia, entre as quaes se contam Antonio de Mello e Castro, e seu filho Caetano de Mello e Castro, ambos vice-reis do estado da India. Não muito distante de Collares, junto ao oceano, ergue-se a ermida da Peninha sobre um elevado rochedo. Diz a lenda, que, no tempo de D.João III, andando uma rapariga muda a pastorear n'esta serra varias ovelhinhas, lhe fugira uma, e depois de procurar, e apparecendo-lhe então ahi Nossa Senhora lhe deu falla. A narração do caso attrahiu logo áquelle sitio todos os povos das visinhanças. Descobriu-se entre as fendas da rocha uma imagem da Virgem, feita de pedra, que immediatamente foi transportada para uma antiga ermida de S.Saturnino, perto d'ahi. Desapparecendo, porém, a imagem por tres vezes, e indo-se sempre achar na mesma penedia, sobre esta se lhe construiu ao principio uma pobre ermida, que no anno de 1673 foi desfeita, e em seu logar edificou a actual Pedro da Conceição, gastando n'ella uma boa herança, que recebera, e fazendo-se ermitão de Nossa Senhora. É o templo pequeno e de humilde apparencia no exterior, porém interiormente é rico de materiaes e d'arte, pois que todas as paredes e o altar-mór são de marmores de côres em obra de mosaico. Os marmores foram tirados da mesma serra, a pouca distancia da ermida. este santuario é ainda hoje de bastante devoção, e concorrencia, porém outr'ora affluia ali muito maior numeros de fieis, e era visitado de muitos cirios e romagens. Pouco adiante de Collares fica o logar de Almocegeme, e perto d'ahi duas curiosidades naturaes dignas de se ver: a Pedra d'Alvidrar sobre o oceano, e o Fojo mais no interior. A villa de Collares é cercada de muitas e formosas quintas, das quaes só especialisaremosa de rio de Milho por encerrar a mais gigantesca e vicosa camelia, que ha em toda a Estremadura. O sitio chamada a Varzea é dos mais lindos e amenos dos arrebaldes da villa. As aguas do rio das Maçãs, represadas ahi em uma ponte de pedra, deixam gosar o prazer de navegar-se em um pequeno barco, que ali ha para esse fim, pelo rio acima até certa distancia, sempre entre pomares, e debaixo de copado arvoredo. A uma legua da villa está a praia das Maçãs sobre o oceano, onde termina o rio d'este nome, e o valle de Collares. Vão ali muitas famílias tomar banhos do mar na estação propria. O termo de Collares produz grande abundancia de excellentes fructas, que abastecem a capital, e se exportam para Inglaterra, e de vinhos, que são estimados, e se assimilham aos de Bordeus. Extrato do livro "As Villas de Cintra" Nota póstuma: sempre vivi com a idéia que os habitantes de Colares eram colarenses, mas há uns anos alguém me argumentou que a palavra correcta era colarejos. Segundo o dicionário Universal, colarense, não existe e define colarejo como: adj., que é de Colares ou que lhe diz respeito; s. m.,natural ou habitante de Colares.

publicado às 14:10


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