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A título de curiosidade aqui fica um site onde se podem consultar nomes gentílicos.
Curiosidades:
Lisboa: lisboeta, lisbonense, lisboês, lisbonino, olisiponense
Sintra:sintrense, sintrão
Colares apenas tem colarejo.
Dúvida colocada no Ciber-dúvidas por Ricardo Carvalho
Os naturais de Colares
Os naturais da vila de Colares, concelho de Sintra (Portugal), devem designar-se “colarenses” ou “colarejos”?
Nota: Esta dúvida foi por mim levantada durante o passeio cultural que a Alagamares – Associação Cultural realizou recentemente através do centro histórico daquela vila. Apesar da resposta dada durante o passeio pelo historiador João Rodil, que apontou “colarense” como sendo a forma correcta, em meu entender persiste ainda alguma dúvida pois, por exemplo, Nuno Saraiva, autor do blogue de Colares, refere, com recurso ao Prontuário Ortográfico e Guia da Língua Portuguesa, da autoria de Magnus Bergström e Neves Reis, que a forma correcta será antes “colarejo”.
Peço ajuda ao Ciberdúvidas da Língua Portuguesa para 'desempatar' nesta questão.
Agradecido.
Ricardo Carvalho
PortugalResposta:
Colarejo é a única forma inclusa nos Topónimos e Gentílicos de I. Xavier Fernandes e no Vocabulário da Língua Portuguesa de F. Rebelo Gonçalves.F. V. P. da Fonseca
17/03/2006
Copio abaixo um texto que encontrei na página do programa prof2000 sobre os nomes gentílicos. Esta página refere como fonte o Prontuário Ortográfico e Guia da Língua Portuguesa, da autoria de Magnus Bergström e Neves Reis, publicado pela Editorial Notícias, 23ª ed., pp. 96 a 102.
Segundo as regras da língua portuguesa vem: colarejo.
Os nomes gentílicos, étnicos ou pátrios exprimem «procedência» ou «naturalidade». Há variadíssimas maneiras de os constituir. Recorre-se à utilização de uma grande diversidade de sufixos e desinências e, frequentes vezes, às formas latinas ou latinizadas das respectivas localidades.
Não se pode estabelecer uma regra única e rígida, porque o uso e a tradição impõem os seus direitos, forçando até o emprego de vocábulos sem nenhuma analogia mórfica com a denominação das terras ou lugares.
Sufixo «aco» Ex.: austríaco, da Áustria; egipcíaco, do Egipto; etc.
Sufixo «ano» Ex.: africano, de África; alentejano, do Alentejo; alagoano, de Alagoas, Brasil; goisiano, de Góis; mexicano, do México; murciano, de Múrcia; etc.
Sufixo «io» Ex.: barrosão, do Barroso; brabanção, de Brabante; bretão, da Bretanha; etc.
Sufixo «ato» Ex.: maiato, da Maia; etc.
Sufixo «ego» Ex.: manchego, da Mancha; etc.
Sufixo «eiro» berlengueiro, das Berlengas; cartaxeiro, do Cartaxo; brincheiro, de Brinches; etc.
Sufixo «ejo» Ex.: alcoutenejo, de Alcoutim; colarejo, de Colares; etc.
Sufixo «cubo» Ex.: barranquenho, de Barranco; estremenho, da Estremadura; rifenho, do Rife; etc.
Sufixo «eno» Ex.: antioqueno, da Antioquia; chileno, do Chile; madrileno, de Madrid; nazareno, da Nazaré; romeno, da Roménia; etc.
Sufixo «case» O elemento mais vulgar nesta espécie de normas é o sufixo ense, derivado do latim ensis (raiz ens e determinativo is). Ex.: alcobacense, de Alcobaça; almeiriense, de Almeirim; estremocense, de Estremoz; montemorense, de Montemor; etc.
Sufixo «ês» O sufixo ense deu por contracção o sufixo popular ês, como em albanês, da Albânia; chinês, da China; cordovês, de Córdova; tirolês, do Tirol; etc.
Sufixo ico» Ex.: minderico, de Minde.
Sufixo «inho» Ex.: biscainho, da Biscaia.
Sufixo «ino» Ex.: argelino, de Argel; argentino, da Argentina; gibraltino, de Gibraltar; maiorquino, de Maiorca; minorquino, de Minorca; ovarino (forma popular varino por aférese do o inicial, de Ovar); oliventino, de Olivença; etc.
Sufixo «io» Ex.: algarvio, do Algarve; boémio, da Boémia; assírio, da Assíria; etc.
Sufixo «ista» Ex.: ambaquista, de Ambaca; macaísta, de Macau; etc.
Sufixo «ita» Ex.: israelita, de Israel; moabita, do antigo país de Moab; etc.
Sufixo «ota» Ex.: epirota, de Epiro; candiota, de Cândia; minhota, do Minho; penaguiota, de Penaguião; romeliota, da Romélia.