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Se olho em volta de mim, se paro, se contemplo,
Vejo abrir um bordel dentro de cada templo,
São cheios os quartéis, repletas as igrejas.
Os ébrios histriões e as ébrias colarejas
Cantam nas espirais do fundo sorvedoiro.
Cada corpo gentil vale um punhado d'oiro.
Guerra Junqueiro, A Morte de Dom João, Lello & Irmão, Lisboa,página 31
As saudades daqueles que partem
Estou triste, mesmo muito triste, ontem morreu um amigo, um senhor com mais de 70 anos que era como um avô!
Doeu muito saber que o seu coração ficou fraco demais para bater, infelizmente o nosso Pai Natal, partiu, ele tinha grandes barbas brancas, adorava rir, conversar!
Todos os jantares no seu chalet de Colares eram preparados com requinte ! Jantávamos na sala, parecíamos uns príncipes , mesa de 5 metros posta para 6 pessoas, sempre impecavelmente passada e limpa, servia um cozido à portuguesa de fazer chorar por mais , num belo serviço de jantar vindo da Índia, bebíamos sumo de laranja natural em copos de cristal!!!
O Sr. Bragança partiu, não me despedi dele, soube ontem que ele morreu, só agora choro, estou triste, novamente partiu alguém de quem gostou muito e nem me pude despedir.
Ainda não disse à Júlia, nem sei como lhe dizer, ela vai ficar também muito triste , adorava-o, ele contava sempre uma piada , ensinava um truque, levava-a à quinta ver os animais, tinha-lhe prometido um cachorro!
Ainda nem consegui falar com os meus pais, sou demasiado egoísta, já lhes devia ter dado uma palavra de consolo, mas estive demasiado preocupada em tentar fazer-me de forte.
Mas não sou forte, nada forte e poucas vezes os outros se apercebem disso...
Este ano não há Natal, o nosso Pai Natal partiu...
Procuro uma amiga que deixamos de corresponder já ha mauito tempo. Chama-se Ana Lucia Moreira e morava a rua da Liberdade porta 06. alguém conhece ou tem notícias?
A título de curiosidade aqui fica um site onde se podem consultar nomes gentílicos.
Curiosidades:
Lisboa: lisboeta, lisbonense, lisboês, lisbonino, olisiponense
Sintra:sintrense, sintrão
Colares apenas tem colarejo.
Dúvida colocada no Ciber-dúvidas por Ricardo Carvalho
Os naturais de Colares
Os naturais da vila de Colares, concelho de Sintra (Portugal), devem designar-se “colarenses” ou “colarejos”?
Nota: Esta dúvida foi por mim levantada durante o passeio cultural que a Alagamares – Associação Cultural realizou recentemente através do centro histórico daquela vila. Apesar da resposta dada durante o passeio pelo historiador João Rodil, que apontou “colarense” como sendo a forma correcta, em meu entender persiste ainda alguma dúvida pois, por exemplo, Nuno Saraiva, autor do blogue de Colares, refere, com recurso ao Prontuário Ortográfico e Guia da Língua Portuguesa, da autoria de Magnus Bergström e Neves Reis, que a forma correcta será antes “colarejo”.
Peço ajuda ao Ciberdúvidas da Língua Portuguesa para 'desempatar' nesta questão.
Agradecido.
Ricardo Carvalho
PortugalResposta:
Colarejo é a única forma inclusa nos Topónimos e Gentílicos de I. Xavier Fernandes e no Vocabulário da Língua Portuguesa de F. Rebelo Gonçalves.F. V. P. da Fonseca
17/03/2006
Copio abaixo um texto que encontrei na página do programa prof2000 sobre os nomes gentílicos. Esta página refere como fonte o Prontuário Ortográfico e Guia da Língua Portuguesa, da autoria de Magnus Bergström e Neves Reis, publicado pela Editorial Notícias, 23ª ed., pp. 96 a 102.
Segundo as regras da língua portuguesa vem: colarejo.
Os nomes gentílicos, étnicos ou pátrios exprimem «procedência» ou «naturalidade». Há variadíssimas maneiras de os constituir. Recorre-se à utilização de uma grande diversidade de sufixos e desinências e, frequentes vezes, às formas latinas ou latinizadas das respectivas localidades.
Não se pode estabelecer uma regra única e rígida, porque o uso e a tradição impõem os seus direitos, forçando até o emprego de vocábulos sem nenhuma analogia mórfica com a denominação das terras ou lugares.
Sufixo «aco» Ex.: austríaco, da Áustria; egipcíaco, do Egipto; etc.
Sufixo «ano» Ex.: africano, de África; alentejano, do Alentejo; alagoano, de Alagoas, Brasil; goisiano, de Góis; mexicano, do México; murciano, de Múrcia; etc.
Sufixo «io» Ex.: barrosão, do Barroso; brabanção, de Brabante; bretão, da Bretanha; etc.
Sufixo «ato» Ex.: maiato, da Maia; etc.
Sufixo «ego» Ex.: manchego, da Mancha; etc.
Sufixo «eiro» berlengueiro, das Berlengas; cartaxeiro, do Cartaxo; brincheiro, de Brinches; etc.
Sufixo «ejo» Ex.: alcoutenejo, de Alcoutim; colarejo, de Colares; etc.
Sufixo «cubo» Ex.: barranquenho, de Barranco; estremenho, da Estremadura; rifenho, do Rife; etc.
Sufixo «eno» Ex.: antioqueno, da Antioquia; chileno, do Chile; madrileno, de Madrid; nazareno, da Nazaré; romeno, da Roménia; etc.
Sufixo «case» O elemento mais vulgar nesta espécie de normas é o sufixo ense, derivado do latim ensis (raiz ens e determinativo is). Ex.: alcobacense, de Alcobaça; almeiriense, de Almeirim; estremocense, de Estremoz; montemorense, de Montemor; etc.
Sufixo «ês» O sufixo ense deu por contracção o sufixo popular ês, como em albanês, da Albânia; chinês, da China; cordovês, de Córdova; tirolês, do Tirol; etc.
Sufixo ico» Ex.: minderico, de Minde.
Sufixo «inho» Ex.: biscainho, da Biscaia.
Sufixo «ino» Ex.: argelino, de Argel; argentino, da Argentina; gibraltino, de Gibraltar; maiorquino, de Maiorca; minorquino, de Minorca; ovarino (forma popular varino por aférese do o inicial, de Ovar); oliventino, de Olivença; etc.
Sufixo «io» Ex.: algarvio, do Algarve; boémio, da Boémia; assírio, da Assíria; etc.
Sufixo «ista» Ex.: ambaquista, de Ambaca; macaísta, de Macau; etc.
Sufixo «ita» Ex.: israelita, de Israel; moabita, do antigo país de Moab; etc.
Sufixo «ota» Ex.: epirota, de Epiro; candiota, de Cândia; minhota, do Minho; penaguiota, de Penaguião; romeliota, da Romélia.