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Colares e a Blogosfera

por Nuno Saraiva, em 05.09.07
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Ia bebê-lo em Sintra, acompanhado do meu travesseirinho mas, no fim do IC19, deu-me para seguir os trilhos das praias.

Fui até próximo da Ericeira e lembrei-me de ir até às Azenhas do Mar, voltei para trás e, para azar meu, já quase meio-dia, entrei no Pôr do Sol, desta terra linda, e disse: “é já aqui”!


 


Com a anuência da minha mulher, perguntei, a uma moça, se me serviam dois cafés, pois era quase hora de almoço, mas eu tinha um compromisso e não poderia almoçar lá. Disseram-me que sim e apontou-nos uma mesa redonda, à entrada da porta, do lado direito. Ao entrar estava um casal a almoçar, se calhar, gente da casa.

A moça lá serviu os cafés e eu fiquei logo a dizer mal da vida, pois os cafés não prestavam para nada. Enquanto esperava o café, combinava com a minha mulher ir lá almoçar um dia destes. Mas apesar dos cafés nos desiludirem, fui compensado com um cinzeiro de pau-preto que estava sobre a mesa e que dizia em seu redor – Moçambique. Esta palavra despoletou-me os pensamentos para as costas do Índico e esqueci-me do café.


 

Mas quando eu bebo um café reles, fico logo com o dia estragado e mais estragado ficou quando vou pagar dois cafés que não valem nada e a moça me pede 2,20€! Claro que ninguém me mandou lá ir e se à primeira qualquer pato cai, à segunda só cai o pato que quer. Se os cafés fossem bons eu pagaria de bom grado, mas assim custou-me bem.
Resultado desta conversa. Nunca mais lá haverá almoço para mim! Não era por acaso, apesar de ser ainda cedo, que o Pôr de Sol estava vazio. Se os almoços forem como os cafés, estará tudo dito.

Mas eu sou sempre compensado e este amigo logo veio ter comigo junto às flores e disse-me que o melhor que tinha a fazer, era apreciá-lo a ele e à paisagem e foi o que fiz.


Depois iniciei viagem rumo ao destino, mas ainda, antes do almoço, parei em Colares para tirar mais umas fotos aos velhos eléctricos e à Cooperativa daqueles que foram (ainda serão?) grandes vinhos.

Agora vou falar-vos de uma Rosa. Uma Rosa especial que espero ande por aí neste rectângulo florido. Uma vez encontrei aqui uma Rosa e …

Foi exactamente aqui neste trilho do eléctrico, talvez já com uns carris novos, que eu encontrei uma das minhas Rosas perdidas. Foi em 1962. Desde esse dia nunca mais a vi!
Ia a passar com um tio meu e um amigo e reparei numa Rosa de Adrão que passava sobre o Carril do eléctrico. Disse ao meu tio que ia ali uma moça de Adrão. Ele parou o carro e disse-me para ir falar com ela. Como eu sabia que ele ia com alguma pressa, disse-lhe que não, que ficaria para uma próxima oportunidade. Ele disse-me que essa oportunidade poderia nunca mais existir e que a aproveitasse nesse dia. Verdade, verdadinha, essa oportunidade nunca mais se deu! Veio a Força Aérea, veio a Guerra, no Ultramar, e desapareceu o tempo. O tempo que então sobrava! Eu sabia que ela morava com os pais e uma irmã, em Colares, mas não sabia onde e como Colares era uma terra pequena, a oportunidade existiria, pensei, mas enganei-me. Hoje estive lá e acho que se fosse chorão, teria chorado por não aproveitar essa oportunidade. Soube mais tarde que essa Rosa foi Professora, (será?) por aí, algures, e até lá por Braga, mas nunca mais a vi!

Por isso, posso garantir-vos que nunca é bom deitarmos as oportunidades fora. Éramos crianças e poucas vezes nos víamos. Apenas, quando ela ia à terra matar saudades. Dois ou três anos depois, vi-a aqui no trilho dos eléctricos e sempre que lá passo, vejo-a caminhar serena rumo a um destino que foi o dela.


Este texto tem quase dois anos. É algo muito bem escrito, É o exemplo de como uma coisa banal como dois cafés podem fazer perder (ou não ganhar, para os mais preciosistas) um cliente.

Update:
Texto de Ventor visto aqui.
 

publicado às 23:04


1 comentário

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De FV a 20.12.2007 às 00:10

Este restaurante está fechado desde a Páscoa desde ano...estás enganado no café...

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