por Nuno Saraiva, em 17.03.06
Já todos reparamos no edifício Millennium bcp, e eu até tinha pensado como era estranho.. Era um edíficio atípico para um banco. De facto o Millennium dá importância a este edíficio, como exemplo de preocupação com o urbanismo e bem estar das populações onde se inserem.
Se nalguns casos a recorrência ao restauro ou à recuperação integral parece ser uma opção rigorosamente ponderada, a verdade é que noutros há lugar para a criação ab initio, para a obra desenvolvida de raiz, prova da versatilidade de opções da arquitectura Millennium bcp. Na velha vila de Colares, com pelourinho e floral doado pelo rei Venturoso em 1516, no largo hoje apelidado de Alameda Coronel Linhares de Lima, ergue-se o edifício do Millennium bcp, nas suas linhas sempre contidas e sóbrias, suporte de uma presença urbana marcante e estruturante. Após uma reflexão profunda sobre as possibilidades do sítio, quando se pôs a oferta da transformação da "Pensão da Ponte", memória e ex-libris da Colares romântica do veraneio de final de século, logo recusada por se considerar à boa maneira Millennium bcp que a localidade perderia algo da sua alma e encanto, optou-se naturalmente pela manutenção do velho espaço com a sua função ancestral e a criação de um novo edifício um pouco mais além, que acabaria por ser um elemento requalificador do espaço urbano. Obra integrada no sítio, em que Diogo Lima Mayer contou com o apoio de Luís Rebelo de Andrade e de Rodrigo Vieira, retomando a escala da vila ao mesmo tempo que assinala a nova peça, a sucursal de Colares recria de um modo caracterizado elementos da arquitectura local, que podemos designar por arquitectura saloia recriando-os e adaptando-os a uma expressão contemporânea, numa obra que resulta feliz na sua postura actual vinda de um tempo sem tempo. Esta informação pode ser encontrada
aqui.