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Rio das Maçãs - Primeiro Aniversário

por Nuno Saraiva, em 10.06.07


O Rio das Maçãs já fez um ano. O tempo passa mesmo a correr.

Quando Pedro Macieira começou o seu blog,começou logo com um ritmo invejável. Posts todos os dias, cheios de conteúdo, num ritmo invejável. Confesso que na altura pensei que não fosse durar muito assim.

Colares, apesar de ser rico em história e cultura, não tem "acontecimento" para acompanhar este ritmo.

Mas o Rio das Maçãs, encontrou-o.

À excepção dos conteúdos políticos, O Rio das Maçãs é, dos blogs que conheço, um dos que tem o conteúdo mais interessante, sempre suportado por uma profunda pesquisa.

Os meus parabéns ao Rio das Maçãs. O vídeo está muito bonito.

publicado às 12:48

Pequenas e progressivas mudanças no template

por Nuno Saraiva, em 07.06.07
Aos poucos tenho vindo a mudar pequenas coisas no template deste blog.

O cabeçalho é outro, mais fresco e apenas com fotos minhas, exceptuando a da Banda, que pertence mesmo à banda.

Coloquei desde o mês passado uma agenda onde pretendo colocar os eventos futuros. Colocarei todos aqueles da freguesia de Colares que tenha conhecimento.

A lista de links também está actualizada. Decidi fazer apenas referência a Instituições / Estabelecimentos que efectivamente tenham um site.
De destacar o site da Farmácia de Colares  e o site do  Atelier Edmundo Cruz que injustamente nunca aqui haviam sido referidos.

Para já penso que está tudo, falta apenas colocar o player do programa Janela Indiscreta.

publicado às 10:44

Colares e a História

por Nuno Saraiva, em 07.06.07
Abaixo se transcreve o texto de Bulhão Pato onde é narrada ao seu estilo, a presença de "gente importante" no Convento do Carmo. (Texto disponibilizado aqui).

"A Cruz Mutilada" de Bulhão Pato

“Em 1849, Alexandre Herculano tinha trinta e nove anos e umas pernas de aço. Havia-as exercitado pelas serras dentadas, escalões e fraguedos, como valente soldado de infantaria no heróico regimento de Voluntários da Rainha.
(…) O marquês de Sabugosa e eu tínhamos nossas fumaças de bons andadores. Ufanavamo-nos de, havendo saído de uma reunião em casa do marquês de Penalva, à Patriarcal, de chibatinha na mão – das que então se chamavam Polkas – irmos até ao palácio de São Lourenço, a Santo Amaro, e, resolvendo-nos subitamente, sem pregar olho, batermos connosco em Sintra!
Contámos, com certo orgulho, a aventura a Alexandre Herculano, quando na volta, que foi também a pé no dia seguinte, lhe caímos em casa sobre a ceia, impando de glória e mortos de fome.
(…) Combinou-se uma ida a pé a Sintra, para ficarmos uma semana na serra, no convento do Carmo, que pertencia ao conde de Lavradio cunhado do marquês de Sabugosa.
(…) Era no fim de Setembro. Levantámo-nos ainda muito de noite. De saco a tiracolo, com leve bagagem, e sapato de salto raso – sapato de campino, que é o melhor -, cada um pegou no seu cajado e partimos serra de Monsanto acima, cortando para Queluz, onde devíamos almoçar.
Dos altos da serra via-se já o sol a romper, atirando horizontalmente as frechas rubras sobre o escudo brunido e esverdeado do Tejo.
(…) Até Queluz o caminho era bravo – tudo serra. Não havia estrada. Herculano seguia a passo cadenciado e militar; o corpo curvado e pendido um pouco sobre o lado direito. Pelo caminho ia-nos contando os passos do seu tempo de soldado; os dias mais felizes da sua vida, e também os da emigração, com terem tido muitas horas amargas.
(…) Terminado o almoço em Queluz, seguimos, estrada fora, até Sintra. Em Sintra comemos alguma fruta e partimos, serra acima, até ao convento do Carmo.
O mestre ia ovante! Nós não queríamos dar parte de fracos, mas suspirávamos intimamente pelo termo da viagem! (…)
(…) Pouco depois da chegada ao convento, fumegava sobre a toalha de linho, muito branca, uma grande terrina de canja. Devorámos a ceia, quase sem dar palavra e em seguida caímos na cama com o profundo sono do justo. Herculano levantou-se às sete. Cerca das onze, veio acordar-nos, e repetia-nos a seguinte cantilena:

Quatro horas dorme o santo.
Cinco o que não é tanto.
Seis o estudante.
Sete o viandante.
Oito o porco.
E nove o morto!

Nós tínhamos dormido doze!

(...) A quem estiver na vazante da vida, como eu, e tenha visto alguma coisa, aconselho que faça os seus apontamentos.
Neste relembrar do que foi, há um consolo que não se define!
Vivemos retrospectivamente. Estas memórias, que não terão valor para os outros, são preciosas para mim! Respiro horas inteiras no horizonte da mocidade, e a consciência com que escrevo desafoga-me o espírito, e dá-me uma tranquilidade salutar.
São como a confissão para o verdadeiro religioso! Confissão geral; e, di-lo-ei – embora seja censurado – posso fazê-la alto, sem que as faces se me acendam nem de leve. Pecadilhos, fraquezas, arrebatamentos próprios do temperamento, não me faltam decerto; mas criminoso não sou, nem fui.
Todo o homem que disser com verdade: “Eu nunca roubei nem dinheiro, nem honra – há mais ladrões desta espécie de moeda, e são os piores! – eu nunca caluniei ninguém, esse homem morre em paz!
(…) A pouca distância do convento do Carmo, naquela agreste e encantadora posição da nossa Sintra, a que o próprio Lord Byron, inimigo figadal dos portugueses, chama “a mais bela da Europa”, estava a cruz que impressionou Herculano.
Tinha um braço partido, e a hera, a mãe solícita das ruínas, deitara-lhe em volta os ramos verdejantes e cariciosos.
A poesia foi começada no convento do Carmo.
Abre com estes magníficos versos:

Amo-te, ó cruz, no vértice firmada
De esplêndidas igrejas;
Amo-te quando, à noite, sobre a campa,
Junto ao cipreste alvejas;
Amo-te sobre o altar, onde, entre incensos,
As preces te rodeiam;
Amo-te, quando em préstito festivo
As multidões te hasteiam;
Amo-te, erguida no cruzeiro antigo,
No adro do presbitério,
Ou quando o morto, impressa no ataúde,
Guias ao cemitério!
Amo-te, ó cruz, até, quando no vale
Negrejas triste e só,
Núncia do crime, a que deveu a terra
Do assassinado o pó!

Alexandre Herculano, censurado de ímpio e herege espécie de papão com que em certa sociedade se chegou a meter medo às crianças e até às mulheres já feitas –, era uma alma profundamente religiosa. É correr os seus livros.
Há um sabor, um perfume do misticismo santo de Jesus, em centos de versos e em relanços da sua prosa escultural.
Nesta composição da ‘Cruz Mutilada’, escrita em dias prósperos, sob o céu do nosso Outono, na convivência de dois amigos íntimos, está o coração grande e virtuoso de Alexandre Herculano. Inspiravam-no a natureza e Deus!
Aos que o acusavam de blasfemo respondia com estes versos:

……………As linhas puras
De teu perfil, falhadas, tortuosas,
Ó mutilada cruz, falam de um crime
Sacrílego, brutal, e ao ímpio inútil!"

Bulhão Pato, 1883

publicado às 10:03

Colares e a História

por Nuno Saraiva, em 07.06.07



A elaboração do trabalho de Seminário em História da Arte da Universidade Lusíada de Lisboa, sobre o Convento de Santa Ana do Carmo, em Colares, começou pela sede da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, sedeada no Forte de Sacavém. Com efeito, foi constatado que a informação aí encontrada, juntamente com a restante que paralelamente se foi recolhendo na Biblioteca Nacional e Arquivo Histórico de Sintra, levantava certas dúvidas em alguns pontos. Dúvidas que se acentuaram aquando da visita ao Convento. Algumas das salas encontradas não correspondiam às descrições feitas por autores anteriores, chegando por vezes a existir grandes contradições entre os mesmos. A própria abordagem histórica e descritiva realizada por alguns desses autores parecia algo confusa e dispersa. O trabalho procurou, de algum modo, acabar ou pelo menos tentar atenuar esses mesmos sintomas. Procurou ainda, e acima de tudo, realçar Sintra e a importante influência do seu património na Cultura portuguesa durante séculos. O texto do poeta Bulhão Pato que se vai perfilando ao longo de todo o trabalho, e que vai narrando a eremítica estadia no Convento, em 1849, de três personagens ilustres da Cultura portuguesa, procurou servir de paralelismo entre Cultura e Património, numa tentativa de entender a importância deste último na valorização da primeira. Mas não só. Procurou também servir de ponte para tudo aquilo que o sagrado envolve, e que em plena simbiose com a natureza, leva o Homem a entregar-se ao recolhimento interior, à meditação. No fundo, ao encontro de si mesmo.

Texto: André Manique

Vi no Para os lados de Sintra que André Manique fez um trabalho académico acerca do Convento do Carmo.

publicado às 09:56

Foto dos Bombeiros

por Nuno Saraiva, em 04.06.07
width=500 height=375> Para que outros não se andem a gabarolar de serem os primeiros a por uma fotografia com o Hipólito em grande destaque. Esta foto foi publicada em 22 de Setembro de 2006, neste post. E para que ninguém se adiante, aí vai uma foto do Hipólito mesmo em destaque. Sexta, já sabem, o hipólito já se pode gabar e dizer: "Eu estou na internet!" Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket

publicado às 14:51

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