Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
No blog Rio das Maçãs, Pedro Macieira discordou totalmente do que havia aqui escrito.
O que merece de minha parte alguns esclarecimentos.
1. Quando refiro que as associações têm por norma posições extremistas, não me refiro a todas, pois algumas não conheço, nem me refiro a posições violentas (i), mas sim no sentido das posições inflexíveis que assumem. Se por vezes entendo algumas preocupações da Quercus e idênticas, discordo, permanentemente do seu modus operandi.
2. Quando dizia que sempre vivi com os plátanos não pretendia valorar a minha opinião em relação a outras, apenas demonstrar que gostava do ambiente fresco que os plátanos proporcionavam e que faziam parte da minha juventude.
3. Para mim acidentes rodoviários, não são argumento. Nem contra nem a favor. A culpa é só das pessoas e eventualmente das estradas.
4. Houve muitas pessoas que assinaram a petição, nas quais eu me incluo, não porque esta fosse contra o abate e poda dos plátanos, mas porque pedia esclarecimentos sobre todo o processo. Passo a transcresver os pontos da petição.
1. As árvores da vila de Sintra são diferentes ou obedecem a regras diversas das árvores existentes noutras localidades do concelho?
2. Qual a competência técnicas das equipas que procedem ao abate e podas das árvores?
3. A que entidade pertencem estas equipas de abate e poda?
4. O que justifica a poda radical das árvores?
5. Que destino tem a madeira resultante de tais podas e abates?
6. Quais são os planos para os espaços ajardinados acima citados onde existiam árvores?
7. Quais são os planos para plantação de árvores nos locais acima descritos?
Em suma, os autores da petição não têm agora o direito de assumir que as pessoas que a assinaram são contra o abate e poda das árvores.
Nuno Saraiva
(i) Apesar de me vir à memória umas plantações de milho destruídas...
Os plátanos de Colares fazem parte da minha identidade. Como é óbvio, sempre ali estiveram todos os dias que ali passei.
No Verão, o aspecto fresco da Várzea de Colares era, sem dúvida, imagem de marca e dava a Colares, à sua várzea, uma beleza própria.
Mas, admito, eu sou especista. A vida e o bem-estar das pessoas tem de estar acima de tudo. É certo que temos de cuidar do nosso planeta, para o deixar para os nossos netos. É certo que temos de garantir que vivemos todos em democracia e garantimos que é seguida a vontade da maioria. Mas a segurança e a vida humana estão acima de tudo. Já aqui o tinha referido.
As coisas devem ser claras: Foi por isso que assinei e divulguei a petição para que fosse esclarecido tudo o que havia a esclarecer. Temia que fosse mais um "tacho" para um amigo, primo ou cunhado que fosse dono duma empresa de poda de árvores.
O esclarecimento foi dado, foi publicado e relatado aqui no blog, e acho que é completo e convicente.
É com pena que vejo que as associações ambientalistas e afins cada vez mais tomam posições extremistas e cada vez gosto menos delas. Pedro Macieira, do blogue Rio das Maçãs, tem sido uma das vozes que se tem oposto ao trabalho efectuado nas árvores, e vem agora falar de Silêncios de Colares, num post que tomo por injusto.
Como está aqui demonstrado, houve discussão, houve explicações e há a necessidade de podar e abater plátanos. A situação que o amigo Vitalino descreve é realmente importante: O facto de haver pessoas a andar na estrada porque os passeios estão cheio de ramos, como documenta, é mais grave que qualquer poda.
A perda de uma vida humana é algo que temos sempre de lamentar. Não é preciso recuar muito:
16 de Fevereiro: Morre homem no Porto por queda de árvore.
27 de Fevereiro de 2010: Criança morre em Paredes devido a queda de árvore.
26 de Junho de 2010: Bebé de seis meses morre devido à queda de um ramo de árvore.
E podiamos continuar no google em português, e noutras línguas, e há mais.
Infelizmente, o argumento é triste, negro mesmo. Mas é O argumento.
Nuno Saraiva
Tenho pena que alguns dos plátanos que estão em frente à Adega sejam abatidos.
Desde sempre (como é óbvio) que me lembro de os ver ali. Primeiro quando ia ao médico, onde era o posto público, que se chamava na altura "casa do povo", depois quando ia a pé para a praia, quando dava os meus primeiros passeios de carro para ir "ver o mar", quando ia para a praia de autocarro, etc. etc.
Mas, tudo nasce, vive e morre, e temos de ser pragmáticos. Se um árvore põe em risco a saúde e a vida de pessoas, e ainda por cima, com os bancos, aquela zona tem muito movimento diariamente, o problema tem de ser resolvido. Parece que em alguns casos, dá para podar, outros tem de se abater.
Ficam na memória de cada um, nas fotos, nos desenhos e pinturas.
A vida é assim.
Post tirado do Rio das Maçãs:
As "Árvores Portugal" e o blogue "Sombra Verde", publicaram hoje um texto, assinado por Pedro Nuno Teixeira Santos, que faz referência à petiçãolançada por um grupo de cidadãos, dirigida ao Presidente da Câmara Municipal de Sintra, sobre diversas questões relacionadas com a forma como Sintra trata as sua árvores.
Pela sua importância transcrevemos o texto de Pedro Nuno Teixeira Santos, com o nosso agradecimento pelo apoio prestado:
"Em Portugal, as pessoas que, de forma desinteressada, defendem as árvores, emocionam-me quase tanto como as próprias árvores. Gostar de árvores e, mais ainda, defendê-las é, nos dias que correm, um acto de coragem.
Num país onde frequentemente se recorre, e abusa, das metáforas de índole futebolística, não resisto a usar esse tipo de linguagem para dizer que, actualmente, dar a cara pela defesa de uma árvore se afigura quase tão arriscado como ir de cachecol vermelho para o meio de uma claque vestida de verde e branco.
A boa notícia é que, apesar de tudo, há ainda quem demonstre esse espírito ousado. É assim com um grupo de cidadãos de Sintra, preocupados com algumas situações no concelho. Em causa estão uma série de rolagens executadas em árvore ornamentais e o abate de diversos exemplares na Serra de Sintra.
Decididos a não ficar calados perante esta situação, decidiram dirigir uma carta aberta, na forma de petição, ao presidente da Câmara Municipal de Sintra. Porque, para além do valor de cada árvore, individualmente, existe o valor de todas elas na construção da paisagem. E essa paisagem, em Sintra, é património de toda a humanidade."
Ler e assinar a petição em defesa das árvores de Sintra -Aqui