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Na Praia da Adraga, "alguém" decidiu fazer obras em julho.
Na praia da Adraga instalaram de um lado e do outro, uma zona de segurança que faz lembrar um campo de concentração. Do lado do arco a enorme grua que aparenta servir de plataforma de apoio à projeção de qualquer coisa que sirva para dar pelo menos uma cor diferente (aparenta ter sido projetado qualquer coisa com cor cinzento claro) à parte da encosta que antecede o arco.
Na minha opinião o cenário é desolador.
Julgo que tudo isto (incluindo as redes que implantaram na encosta da arriba esquerda (sentido terra/mar) antes do restaurante, está a ser feito em nome da consolidação e da segurança da arriba. A oportunidade da intervenção, considerando a coincidência com a época balnear, não é a melhor. A informação ou divulgação da intervenção é pouca, e a que existe, provavelmente é reservada aos entendidos na matéria. Considerando que a intervenção é devida, bem planeada e melhor executada, como é uma zona pública, com muita afluência nesta época do ano, penso que deveria haver preocupação por quem de direito em proporcionar mais informação sobre o que está a passar, no sentido de proteger não só o interesse da paisagem, mas também o interesse dos cidadãos que no seu pleno direito pretendem usufruir da praia e da sua beleza exclusiva, evitando assim surpreender desagradavelmente quem ali vai ou em última instância evitar uma deslocação em vão. Se calhar existe tudo o que referi, eu é que não vi.
Texto e fotos de Fernando Diniz.
Bastaram quatro dias de praia no Sotavento do Algarve. Via os algarvios, ao entrar num Atlântico com 24 graus, a tremerem e murmurarem: "Ai, que fria que a água está..." Ri-me. Pois sim. Foi o riso dos condenados: sei-o hoje.
Morando felizmente em Almoçageme, sempre me dei bem, na Praia da Adraga, na Praia Grande e na Praia das Maçãs, com as temperaturas entre os 17 e os 20 graus. Com o mar batido nem se dava pelo frio. A frescura e a limpeza das águas eram a mesma coisa. Até anteontem.
Regressado do morno Algarve de Monte Gordo não fui capaz de habituar sequer os pés ao relativo gelo do mar de Colares. À custa de 4 meros dias de morna e deliciosa algarviada sumiram-se 4 anos valentes de celebração do mar das praias de Sintra. Desabituei-me. Fiquei mal habituado. Vem dar ao mesmo.
Não basta meia-dúzia de anos. É preciso uma vida.
Texto de Miguel Esteves Cardos (Jornal Público)
Foto de Vic Garcia