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Comentário de Pedro Macieira

por Nuno Saraiva, em 28.02.09


Caro Nuno Saraiva,

Não tendo nenhuma informação privilegiada sobre o futuro do eléctrico da Praia das Maçãs, mas tendo recolhido alguma informação sobre as obras de recuperação da via que seriam iniciadas este ano, fiquei surpreendido com a defesa de substituir ” o ferro e a madeira “ das via por uma ciclovia...

Considero a existência do eléctrico como um elemento fundamental da “marca” Sintra. A história desta região e do eléctrico estão profundamente ligadas. Nos últimos anos desde Edite Estrela, e depois com Fernando Seara recuperou-se a via e o eléctrico voltou à Praia das Maçãs.
Falou-se o ano passado numa solução de fazer passar o eléctrico novamente pela Estefânia de Sintra.
O que aconteceu com via do eléctrico foram obras mal feitas que não devem ter considerado o tipo do solo, e talvez um orçamento que se pretendeu encolher. O resultado foi com um inverno com pluviosidade acima do normal fez com em algumas zona os terrenos cedessem e provocassem alterações nos carris que impossibilitam a circulação em algumas zonas.

A rentabilidade ou não do eléctrico como argumento para que ele não deva existir, parece-me um argumento economicista, que não considera a mais valia para a região da existência de um eléctrico como o de Sintra a funcionar num percurso em que o terminal depois de uma viagem única é a praia das Maçãs.

Sei que a procura durante os meses de verão é superior à oferta que CMS podia oferecer, tal era a procura por turistas pelo aquele histórico meio de transporte.

Tive oportunidade de visitar na Ribeira de Sintra a recuperação que estava a ser feita de velhas unidades para futuramente circularem.Também sei que que se formaram novos guarda-freios.

Espero que ninguém que tenha realmente poder de decidir, tome a decisão de acabar com o eléctrico.

Um abraço
Pedro Macieira

publicado às 14:53

Que se levantem as linhas...

por Nuno Saraiva, em 24.02.09

Já se percebeu que o eléctrico em Colares acabou.

 

O trajecto não é rentável para uma empresa que o queira explorar. A atracção parece não ser assim tão grande para o turista, e, ainda por cima, a zona tem tendência a ter um Verão mais curto, dado o clima especial de Sintra, com alguns dias sem sol e com muita humidade.

 

A Câmara, não tem orçamento para suportar a existência do eléctrico entre Sintra e Praia das Maçãs, o que é aceitável, há tanta coisa mais importante onde aplicar as verbas.

 

Assim sendo, o que é que lá estão os carris a fazer?

 

Ocupar espaço e à espera de cair no abandono, esperando que as ervas tapem a linha.

 

É tempo de desistir do eléctrico, e aproveitar o espaço para fazer uma via pedonal / ciclovia.

 

Numa época em que o sedentarismo é uma das doenças da população, e que são precisos mais espaços que levem as pessoas a ter actividades físicas, o trajecto da linha do eléctrico era perfeito e grande o suficiente para fazer uma via pedonal e ciclovia.

 

O que temos hoje é ferro e madeira sem qualquer utilidade.

publicado às 23:21

Mais uma foto fantástica (Azenhas)

por Nuno Saraiva, em 23.02.09

Azenhas

 

No dia 11 de Janeiro, tinha aqui colocado uma foto, que na altura não sabia quem era o autor.

 

O autor é Pedro Moura Pinheiro, que tem uma galeria notável de fotos.

 

Aqui fica mais uma foto, e o merecido destaque: Galeria de PMP.

 

 

publicado às 11:39

Colares e o FlickR

por Nuno Saraiva, em 21.02.09

 

 

Italianos a passear em Colares.

 

Foto de Rudy Giovannini

publicado às 11:45

Comentário dos leitores

por Nuno Saraiva, em 21.02.09

Fiquei muito chocada com esta notícia. Conheci o Pe. António, que era amigo da nossa família e tinha programado o dia para ir visitá-lo, embora tivesse perdido todos os contactos. Por uma pesquisa no google vim dar ao seu blog e deparei-me com a notícia da sua morte. Fico sem palavras, pois também gostava muito dele e foi ele que baptizou as minhas irmãs e deu força à minha família quando mais precisavamos.
De qualquer modo, é bom saber que partiu em paz.

 

 

 

 Joana Andrade e Sousa Lamas a 21 de Fevereiro de 2009 às 11:33

publicado às 11:44

A vida profissional

por Nuno Saraiva, em 18.02.09

Alguns trabalhos pontuais, associados aos prazos para entrega de IVAS e Segurança Social, bem como o início do segundo semestre lectivo do Mestrado que estou a frequentar, levaram ao abandono total dos meus blogs.

 

O arranque da minha empresa, a Códice de Papiro, também me tem ocupado muito tempo, porque quem o faz, sabe como é complicado gerir o dia-a-dia duma empresa, independentemente do seu tamanho.

 

Quero usar este post para lamentar algo. A especulação imobiliária faz com que as pessoas de Colares, pensem em grande em relação aos espaços que possuem.

 

Teria todo o gosto em ser empreendedor em Colares, montar a minha empresa em Sintra. Tal não aconteceu por dois motivos:

 

  1. Os pouquíssimos espaços que existem praticam preços ao nível do Chiado, Av. da Liberdade ou Saldanha.
  2. Tenho mais contactos profissionais, tenho uma rede mais desenvolvida, em Lisboa que em Sintra, fruto dos anos que lá trabalhei.

Assim, a Códice de Papiro, tem sede em Lisboa, na Av. João Crisóstomo, porém se necessitar de algum trabalho, não deixe de me contactar. Hoje em dia, com as tecnologias existentes as distâncias encurtam-se.

 

Além disso, a Códice de Papiro, assinou um protocolo de colaboração com outra empresa, e actualmente eu tenho o meu escritório em Cascais, onde passo três dias por semana, o que me deixa feliz, porque me desloco sem apanhar filas de trânsito, e muito perto do mar.

 

Adicionalmente, se levantar a cabeça, tenho à minha frente a Baía de Cascais, banhada por um mar muito azul. (Esta frase parece estar carregada de Delfins :D).

 

Estão a cumprir-se as minhas expectativas. Apesar de me ter sediado em Cascais acredito na potencialidade de Colares e Sintra. Só é preciso que deixem a terra crescer e parem de vez com este terrorismo psicológico da crise.

 

publicado às 11:08

O Convento do Carmo

por Nuno Saraiva, em 08.02.09

O Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, disponibiliza no seu site, toda a informação relativa à história e registos de imóveis de interesse público.

 

Um dos monumentos que mais desperta curiosidade às pessoas de Colares, pelas suas características, e pelo possível acolhimento de alguns templários em época de fuga, é o Convento do Carmo.

 

Aqui fica a informação sobre o Convento.

 

Convento de Santa Ana da Ordem do Carmo / Convento do Carmo / Quinta do Carmo

 

 

IPA
Monumento
 
Nº IPA
PT031111050057
 
Designação
Convento de Santa Ana da Ordem do Carmo / Convento do Carmo / Quinta do Carmo
 
Localização
Lisboa, Sintra, Colares
 
Acesso
Lugar de Eugaria, EN 375
 
Protecção
IIP, Dec. n.º 5 / 2002, DR 42 de 19 Fevereiro 2002 *1; incluído na Vila Velha e Serra de Sintra (v. PT031111110081)
 
Enquadramento
Rural, destacado, isolado, em terreno de acentuado desnível, em posição dominante em plataforma virada a N., sobranceiro à Vila de Colares, entre os lugares de Gigarós e Boca da Mata. A preceder a igreja, adro envolvido por terrenos dispostos em patamar. No jardim do convento existe um cruzeiro com inscrições nas faces do plinto e um tanque setecentista de espaldar recortado com ornamentação em estuque de feição rocaille.
 
Descrição
Planta em L, irregular, composta por igreja de nave única, capelas laterais profundas e capela-mor, a que se adossa o edifício conventual a S., aberto por dois claustros, um pequeno e um grande. Volumetria escalonada, de dominante horizontal, quebrada pelo verticalismo da torre sineira, de secção quadrada, que se ergue ao nível do telhado da igreja, do lado S.. Coberturas efectuadas por telhados diferenciados a 3, 2 e 1 águas, e coruchéu na torre. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, rematadas por cornija sob beiral e na fachada principal e posterior da igreja, em empena com cruz sobre acrotério. IGREJA com fachada principal orientada, delimitada por cunhais de cantaria, rasgada por porta em arco abatido com pedra de armas no lintel, encimada por três janelões, cendo o central mais elevado e nicho com imagem de Nossa Senhora do Carmo, com emolduramento recortado. Fachadas laterais com largos contrafortes recortados, existindo na fachada S. diversas construções adossadas. Torre sineira, rasgada por ventanas em arco de volta perfeita rematada por pináculos nos ângulos. INTERIOR com nave com coro-alto, coberta por abóbada de berço e pavimento com diversas sepulturas, nomeadamente de António Rodrigues da Rocha e Sua mulher Leonor Coutinho, um fidalgo da casa do rei D. Manuel, capitães da Vila de Colares e um dos mestres de obras da igreja. Do lado do Evangelho, púlpito. Capelas laterais formando um falso transepto, sendo a, do lado do Evangelho, de invocação de Cristo e a, do lado da Epístola, de Santa Luzia, com sepultura no pavimento de Brites Vaz. Capela-mor com retábulo-mor *2 com tribuna em arco de volta perfeita com trono, com diversa imaginária. Pavimento com sepulturas com inscrição, de D. Dinis de Melo e Castro e seus herdeiros. Paredes com túmulos inscritos na caixa murária, entre arcos, com inscrições, de Brás Correia, do lado do Evangelho e D. Pedro de Castro, do lado da Epístola. Sacristia com ligação interior ao claustro pequeno, coberta por abóbada de berço com cadeiral e arcaz encimado por nicho central em arco de volta perfeita, com imaginária, ladeado por quatro tábuas pintadas representando Santa Ana, São Joaquim, São Francisco e Santo António. CONVENTO com fachadas de três registos, separados por friso, ritmadas por vãos de verga recta, correspondendo a janelas quadrangulares e janelas de sacada com guardas de ferro. CLAUSTROS: Claustro pequeno quadrangular, com arcaria de volta perfeita, com três arcos por fachada, assentes em colunas de fuste liso e de ordem toscana, estando as dos ângulos embebidas na caixa murária. Galerias cobertas por abóbadas de aresta e pavimento de laje de cantaria. Claustro grande de dois pisos, tendo no térreo, entre contrafortes, e seis arcos de volta perfeita assentes em colunas, por fachada, estando também as dos ângulos embebidas na caixa murária e no piso superior janelas de sacada. Galerias também cobertas por abóbadas de aresta. Ao centro, fonte de tanque circular. INTERIOR: Casa da Portaria rectangular com cobertura abobadada, com acesso ao claustro pequeno. Neste claustro abre-se a Capela da Sacravia *3, coberta por abóbada de berço, estucada, decorada por composições geométricas, algumas com florões, tendo na base querubins e cornija sobre friso marmoreado. Pavimento em mosaico enxaquetado. Paredes revestidas a azulejos, sendo inferiormente por azulejos enxaquetados, monócromos a azul e superiormente por azulejos polícromos de ponta de diamante. Do lado do Evangelho lápide de mármore moldurada com inscrição e, do lado da Epístola, lápide idêntica em branco. Na parede testeira, altar rectangular, com urna de mármore no seu interior encimado por nicho com pilastras molduradas toscanas e arco do volta perfeita. A ladeá-lo composição de volutas brancas, sobre fundo marmoreado a rosa e preto e a rematá-lo frontão de volutas interrompido por querubim. Capela de São Pedro, com acesso pelo claustro grande, com retábulo de talha dourada e pintada, vazado por nichos de modo a receber relicários, e silhar de azulejos monócromos a azul, figurativos com representação da aparição da Virgem a um monge carmelita. Capela de Nossa Senhora, correspondendo à antiga cela de Frei Estêvão da Purificação. Junto a esta capela situa-se a livraria. As celas são distribuidas hierarquicamente, existindo na ala O. as da comunidade religiosa e a do prior, na meridional a chamada "casa do fogo" e na setentrional as dos noviços. Refeitório com painéis de azulejos do séc. 18 e Sala do Capítulo, com sepultura de Frei Estêvão da Purificação.
 
Descrição Complementar
A igreja conventual, panteão dos Melo e Castro, apresenta, na nave e capela-mor, as sepulturas dos seguintes elementos desta família: D. Pedro de Castro, Alcaide-mor de Melgaço, D. Beatriz de Melo e Castro, D. Dinis de Melo e Castro, Bispo de Leiria, Viseu e Guarda, Fr. Manuel de Melo, D. Francisco de Melo e Castro, D. Beatriz (1638), D. António de Melo e Castro, Vice-rei e Governador da Índia (m. 1689) e D. Caetano de Melo e Castro, Vice-rei da Índia (m. 1718); INSCRIÇÕES: (cruzeiro)Tipo de Letra: capital quadrada; Leitura face frontal (XCII): O BISPO DOM FREI CRISTÓVÃO MONIZ RELIGIOSO DO CARMO SAGROU ESTA IGREJA [A]TÉ ESTE LUGAR NO ANO DE 1528; Face lateral direita: DAQUI FRONTEIRO DA PARTE DIREITA [A]TÉ O CAMINHO DA VILA PARA GIGAROS É DE SANTA ANA CUJO CAMINHO SERVIA NO ANO DE 1556; Face posterior: DAQUI PARA BAIXO PARTE SANTA ANA COM MELIDES E AQUI FOI O ADRO DO PRIMEIRO ORATÓRIO DESTE CONVENTO CUJA FUNDAÇÃO TEVE PRINCÍPIO NO ANO DE 1457; Face lateral esquerda: O PADRE MESTRE FREI JERÓNIMO COELHO MANDOU RENOVAR ESTA MEMÓRIA PARA LEMBRANÇA DO QUE ESTAVA JÁ ESQUECIDO NO ANO DE 1696; IGREJA: (sepulturas da nave) Tipo de Letra: capital quadrada; Leitura (XCVII): [...]ORDAO MESTRE D [...] BRÁS DESTE CONVENTO E DE SUA MUL[HER] E HERDEIROS 1611; Tipo de Letra: capital quadrada; Leitura (XCVI): SEPULTURA DE JOÃO RIBEIRO E DE SUA MULHER ANA PESTANA E DE TODOS SEUS HERDEIROS 1610; (C) SEPULTURA DE MARGARIDA ALVARES A QUAL LHE MANDOU AQUI PÔR O PADRE FREI ANTÓNIO BAPTISTA SENDO PRIOR DESTE CONVENTO A QUE DEI XOU SEUS BENS COM OBRIGAÇÃO DE MISSAS QUE SE LHE DIZEM FALECEU A 23 DIAS DE FEVEREIRO DE 1614; Tipo de Letra: capital quadrada; Leitura (CII): SEPULTURA DE DOMINGOS LEITÃO DE MAGALHÃES CAPITÃO QUE FOI DESTA VILA E DE SUA MULHER DONA MARIA HERR E / RA E RO BLES NA QUAL SE NÃO ENTERRARÃO MAIS QUE SEUS HERDEIROS A QUE PERTENCAO PODERÊ SSE"; Tipo de Letra: capital quadrada; Leitura ( CIII): SEPULTURA DE GS AG. LZ / O SARDO. E DE SEUS HERDEIROS 1598; Tipo de Letra: capital quadrada; Leitura (CIV) SEPULTURA DE FRANCISCO NUNES CIRIEIRO E DE SUA MULHER MARIA COELHA E SEVS HERDEIROS; Tipo de Letra: capital quadrada; Leitura (CV): SEPULTURA DE ANTÓNIO DE ALMEIDA CAVALEIRO FIDALGO DA CASA DE EL REI E JUIS DOS ORFÃOS DESTA VILA E DE SUA MULHER ANA MANUEL E HERDEIROS 1620; Tipo de Letra: capital quadrada; Leitura (CVI ) : SEPULTURA DE BENTO JORGE E DE SUA MULHER VIOLANTE MAIA DE SEVS ERDEIROS D / CO MISAS DE B / RIGVASÃ NESTA"; Tipo de Letra: capital quadrada; Leitura (CVIII): SEPULTURA DOMINGOS BRÁS E DE SEUS HERDEIROS 22 DE JANEIRO DE 1706; Tipo de Letra: capital quadrada; Leitura (CIX): SEPULTURA PERPÉTUA DE FILIPA ESTEVES E DE SEUS HERDEIROS; Tipo de Letra: capital quadrada; Leitura (CX) Sª D G.º GIL / RATO DA / COINHA; Tipo de Letra: capital quadrada; Leitura (CXIII): SEPULTURA DE ANA ANTUNES E SEUS HERDEIROS;Tipo de Letra: capital quadrada; Leitura(CXVII): SEPULTURA DE JERÓNIMO FERNANDEZ E CE / SUA MULHER E HERDEIROS; Tipo de Letra: capital quadrada; Leitura (CXVIII): SEPULTURA DA / S FALCATO / DE SEUS HERDEIROS; (sepultura de D. Dinis de Melo e Castro) Tipo de Letra: capital quadrada; Leitura(CVII): SEPULTURA DE DOM DINIS DE MELO DE CASTRO FILHO DE FRANCISCO DE MELO DE CASTRO E DE DONA BRITES NOBRE BISPO QUE FOI DE LEIRIA E DE VISEU E DA GUARDA DO CONSELHO DE SUA MAGESTADE E REGEDOR DESTE REINO DE PORTUGAL FALECEU A 25 DE DEZEMBRO DE 1640; (sepultura de D. Manuel de Melo e Castro e de D. Beatriz) Tipo de Letra: capital quadrada; Leitura(XCV): HIC SITUS EST F. EMMANVEL DE MELO DE CASTRO, ET / D. BEATRICIS NOBILIS, / DILECTVS FILIVS RE / LIGIONE, VIRTVTE, / AC IN SVOS SINGVL / ARI PIETATE / HANC SEPVLTV / RAM SIBI SOLI AEDIFI / CAVIT ANNO DOMINI. 1.6.3.8."; (sepultura de D. Brás Correia) Tipo de Letra: capital quadrada; Leitura (XCIII): ESTA CAPELA É DE BRÁS CORREIA NOBRE E NELA SE DIZ POR SVA ALMA UMA MISSA COTIDIANA COM SEU RESPONSO E PARA O ENTERRAR A MANDOU FABRICAR E ORNAR E DOTOU DE 50 MIL REAIS DE RENDA DINIS DE MELLO DE CASTRO SEU HERDEIRO A QUE PERTENCE O PADROADO E A SEUS HERDEIROS E TODO O MAIS DIREITO QUE SE CONTEM NO CONTRATO QUE FEZ COM OS RELIGIOSOS DESTA CASA QUE ESTÁ NO SEU CARTÓRIO E NA TORRE DO TOMBO; (sepultura de D. Pedro de Castro) Tipo de Letra: capital quadrada; Leitura(XCIV): D.O.M. / PETRO DE CASTRO DOMINO DE FERREIRA, SANGUINHEDO, PARADA, JESTOSO, CARTEL, PAM DE FREITAS, CEIXIL, PRAEFECTO ARÇIS DE MELGAÇO, ET CASTRO LABOREIRO Ã PROAVIS HABITIS CONIVGI D BEATRICI DE MELLO FILIO FRANCISCO DE MELLO EIVQUE VXORI DOMNA BEATRICI NOBILI NEPOTIBVS EMANUELI, ET IOANNI DE MELLO / DIONISIVS DE MELLO DE CASTRO AVO INTEGERRIMO PATRI OPTIMO FRATRIBVS. DESIDERATISSIMIS M. F; (lápide da capela de Santa Luzia) Tipo de Letra: capital quadrada; Leitura(CI): CAPELA DE BRITES VAZ COM MISSA DE OBRIGAÇÃO CONFORME AO CONTRATO A QUAL PAGOU DOTOU E FABRICOU DA SUA TERÇA A MAIS FAZENDA E HERDOU ESTE MOSTEIRO POR PARTE DE SEU FILHO O PADRE/ PRIOR???? FREI COSME DOS SANTOS FALECEU A 7 DE MAIO DE 1614; (lápide da capela da Sacravia) Tipo de Letra: capital quadrada; Leitura(XCVIII) : ESTA CAPELA É DE ANTÓNIO TRANCOSO CORREIA E DE SUA MULHER MARIA JACOME A QUAL ELES FIZERAM À SUA CUSTA E A DOTARAM DE RENDA E FÁBRICA COM OBRIGAÇÃO DESTE CONVENTO LHE DIZER TODAS AS SEMANAS DO ANO UMA MISSA DAS CHAGAS E UMA CANTADA PELOS SANTOS PARA SEMPRE. ERA DE 1612.
 
Utilização Inicial
Religiosa: convento dos Carmelitas Calçados de Santa Ana
 
Utilização Actual
Residencial: quinta
 
Propriedade
Privada: pessoa singular
 
Afectação
Sem afectação
 
Época Construção
Sécs. 15 / 17 / 18
 
Arquitecto | Construtor | Autor
ENTALHADOR: António Martins Calheiros (séc. 18). PINTORES de AZULEJO: António de Oliveira Bernardes (atr., séc. 18); António Pereira (atr., séc. 18).
 
Cronologia

1436, 14 de Novembro - o Mestre Henriques, físico do rei D. Duarte obtém licença para fundar um convento carmelita, no sítio do Casal da Torre, também chamado de Casal de Miguel Joannes. Naquele local já havia sido construída uma pequena capela conhecida como Oratório. O Mestre deixa em testamento que o novo convento só seria construído após a sua morte;

 

1449 - morre o Mestre Henriques, sendo a propriedade tomada por Gonçalo Pires Boto, procurador do provincial;

 

 

1450 - a propriedade entra na posse do Convento do Carmo, em Lisboa (v. PT031106270328), tendo Frei Constantino Pereira, sobrinho de D. Nuno Álvares Pereira, sido escolhido para fundar o novo convento;

 

 

1463 - falecimento de Fr. Constantino Pereira;

 

 

1457, 16 Julho - os trabalhos de construção do convento são interrompidos e o novo convento é transferido para o local onde hoje se encontra, conhecido na altura como "Boca da Mata", após a doação dos terrenos por Sebastião Vaz e sua mulher Inês Esteves. Para a construção do novo convento Frei João de Santa Ana desbastam o mato, plantam árvores de fruto e constituem a cerca e um pequeno oratório de invocação de Santa Ana;

 

 

1465, 14 de Fevereiro - morre Frei Constantino Pereira; o convento é entregue a Álvares Fernandes de Abreu, escudeiro do Arcebispo de Lisboa;

 

1487 - Frei João Dias, provincial da ordem doa o Casal da torre, pertença do convento do Carmo, de modo a obter rendas para o novo convento;

 

 

1497 - a infanta D. Brites, mãe do rei D. Manuel e Senhora da vila de Colares, concede ao convento a mercê de não pagarem as "novidades" da primeira sesmaria; 1498 - a infanta D. Brites doa aos carmelitas as terras que haviam sido pedidas por Frei João Namorado, vigário do convento;

 

 

1508 - Frei João de Santa Ana é eleito provincial da ordem, passando as esmolas recolhidas em Sintra e Cascais, que até então iam para o Convento do Carmo de Lisboa, a irem para o Convento de Santa Ana;

 

 

1519 - o rei D. Manuel dá aos carmelitas a mercê de possuírem bens doados até ao valor de trinta mil réis, apesar de viverem em terras pertencentes ao reguengo da coroa;

 

 

1528 - sagração da igreja conventual pelo bispo D. Frei Cristóvão Moniz, conforme consta da inscrição do cruzeiro;

 

 

1542 - Breve do Papa Paulo III, referindo-se ao edifício do Casal da Torre, como "o tal edifício teve princípio, nunca nella se bolio mais; antes dentro das paredes, que haviaõ de servir para a Igreja, està um curral de gado, sem que jamais nesse lugar se chegassem a celebrar os Ofícios Divinos"; as obrigações, nomeadamente a missa por alma do Mestre Henriques, são transferidas para o novo convento;

 

 

1556 - D. João III dá autorização para utilizarem a água que abastecia a vila de Colares, às segundas e terças feiras;

 

 

1605 - Filipe II concede o usufruto de uma nascente serrana que passava junto à cerca conventual, aproveitando também essas águas os frades do Convento dos Capuchos (v. PT031111050021);

 

 

1612 - o bispo de Viseu, Leiria e Guarda, D. Dinis de Melo e Castro, obtém o padroado da capela-mor da igreja conventual, revestimento azulejar da capela de São Pedro;

 

 

1614, 30 de Janeiro - António Rodrigues da Rocha e sua mulher Leonor Coelho constituem-se padroeiros da capela de Santa Ana, sendo sepultados na nave;

 

 

1614, 7 de Maio - data da sepultura de Brites Vaz, padroeira da capela de Santa Luzia; Séc. 17, 1ª metade - campanha de quase total reedificação do convento, datando desta intervenção a capela-mor e os claustros, promovida pelo Bispo D. Dinis de Melo e Castro;

 

 

1612, 23 de Agosto - D. Dinis de Melo e Castro assegura para si e para os seus herdeiros o padroado da capela;

 

 

1638 - data da sepultura de Manuel de Melo e Castro e de D. Beatriz;

 

1640, 25 de Dezembro - falecimento de D. Dinis de Melo e Castro, sendo sepultado na igreja; séc. 18 - execução do retábulo-mor, da autoria de António Martins Calheiros;

 

1706 - a capela lateral, do lado do Evangelho, até então de invocação de Santa Ana, passa a ser da invocação de Cristo, sendo na imagem mudada para o retábulo-mor;

 

1834 - na sequência do decreto liberal que determina a expulsão das ordens religiosas, a propriedade é adquirida e transformada em habitação;

 

1840, 13 de Outubro - o proprietário do convento, o Conde de Lavradio, pede autorização ao Cardeal Patriarca para retirar os corpos que estavam sepultados na Sala do Capítulo, para que este a possa transformar em casa de jantar; 15 de Outubro - a autorização é concedida;

 

1845, Setembro - exumação e transladação dos corpos que estavam sepultados na Sala do Capítulo, inclusivé do Frei Estêvão da Purificação, para junto da Capela da Sacravia; Séc. 19 - Alexandre Herculano hospedou-se na propriedade.

 
Tipologia
Arquitectura religiosa, maneirista e barroca. Convento de planta em L, irregular, com igreja de planta longitudinal, nave única, capela-mor e capelas laterais profuntas, formando interiormente um falso transepto, e dependências conventuais organizadas longitudinalmente, em torno de dois claustros, um maior e outro mais pequeno. Interior da igreja com cobertura em abóbada de berço. Capelas do claustro cobertas por azulejos enxaquetados e de padrão do séc. 17 e azulejos figurativos do séc. 18.
 
Características Particulares
No jardim existe um cruzeiro com diversas inscrições, nomeadamente a da sagração da igreja. A igreja foi panteão da família Melo e Castro, benfeitores do convento, existindo por isso diversas sepulturas e lápides com inscrições alusivas.
 
Dados Técnicos
Paredes autoportantes, estrutura mista
 
Materiais
Alvenaria mista, reboco pintado, cantaria de calcário, mármore, azulejos, madeira pintada e dourada, telha de canudo.
 
Bibliografia
JORUMENHA, Visconde de, Cintra Pinturesca, Sintra, 1838; LEAL, F. S. de Pinho, Portugal Antigo e Moderno, Vol. II, Lisboa, 1874; PEREIRA, Arturo, e OUTROS, Sintra e Suas Quintas, Sintra, 1983; BINNEY, Marcus, Casas Nobres de Portugal, Lisboa, 1987; SERRÃO, Vítor, Sintra, Lisboa 1989; SILVA, José Cornélio da, Workshop de Colares. Julho de 1988. a Caracterização do Centro Histórico, in Aedificiorum, Lisboa, Ano 2, Janeiro - Julho 1989; AZEVEDO, Carlos, FERRÃO, Julieta, GUSMÃO, Adriano, Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, Vol. II; 2ª edição, Lisboa, 1990; Câmara Municipal de Sintra, Sintra Património da Humanidade, Sintra, 1996; AZEVEDO, José Alfredo da Costa, Obras de José Alfredo da Costa Azevedo, Recantos e espaços, Vol. II, Sintra, 1997; SERRÃO, Vítor, História da Arte em Portugal - o Barroco, Barcarena, Editorial Presença, 2003.
 
Documentação Gráfica
Não definido
 
Documentação Fotográfica
IHRU: DGEMN/DSID
 
Documentação Administrativa
Não definido
 
Intervenção Realizada
Não definido
 
Observações
*1- DOF:"..e respectiva cerca". *2 - o retábulo é proveniente da capela de Santa Ana, do Convento do Carmo, em Lisboa. *3 - nesta capela esteve sepultado Frei Estêvão da Purificação.
 
Autor e Data
Teresa Vale e Carlos Gomes 1996 / Joaquim Gonçalves 2003 / Filipa Avellar 2004

publicado às 12:26

Grande momento

por Nuno Saraiva, em 07.02.09

Para cumprir o prometido, ofereço-vos um grande momento.

 

 

publicado às 22:42

Ensaio

por Nuno Saraiva, em 06.02.09

Era para por um post aqui hoje. Mas há ensaio da Banda de Colares e é para lá que vou.

 

Amanhã há noite, coloco aqui mais um post.

publicado às 21:35

Chuva

por Nuno Saraiva, em 01.02.09

Já parava de chover, não?

 

Parece que houve cheias esta noite na Várzea. Choveu que se fartou esta noite. E cá em cima estava uma ventania, que nem deixava dormir.

publicado às 13:20


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