Caros,
Eu não gosto de trazer para aqui assuntos políticos. A missão destinada a este blog é promover e contar o que de bom se passa em Colares. Porém, e faz parte da essência da blogosfera, por vezes há coisas más que têm de vir, e a política influi tanto que se torna inevitável.
Dos Direitos dos Animais:
Eu não sou contra nem a favor das Corridas de Toiros. Já assisti a 7. Seis na Praça de Toiros de Cascais e uma idêntica à que se realizou em Nafarros, nas festas da Terrugem, todas elas na condição de músico.
Não gosto. Porque é um espectáculo demorado, porque não tem objectivo, porque não há um vencedor, por ser tudo demasiado subjectivo. Acho uma seca.
Mas, sinceramente, não sei qual dos animais tem uma vida mais feliz: Um toiro que vive a sua vida livre, e que numa noite liberta o seu instinto feroz, como na vida selvagem e morre sozinho (ou não, é uma opção da ganadaria) ou
Um boi que vive toda a vida num metro quadrado, a tomar medicamentos para dormir, para só ter vontade de comer e dormir, para engordar e crescer mais depressa e depois caminha em fila para a morte, vendo dezenas da sua espécie morrer antes dele.
Sinceramente, e sem qualquer segunda intenção nisto, estou apenas a expor as minhas ideias, acho que sofrem mais aqueles que nos dão a carne do que aqueles que lutam nas corridas de toiros.
Dos Regulamentos:
Caro Pedro Macieira: o meu comentário era mesmo para o jornal.
A tristeza da política é esta mesmo: Ao fazer um regulamento para os cuidados a ter com cães, gatos e pombos, tenta-se adoçar a boca aos defensores dos animais, com um artigo vago.
Não podemos confundir as coisas: Uma coisa são os pontos do regulamento que se aplicam aos munícipes, outra, são os pontos que se aplicam aos órgãos.
O Regulamento em questão, salvo erro de interpretação de minha parte, proíbe a realização de espectáculos dessa natureza no concelho de Sintra. A Sanção pelo incumprimento são 2 a 10 ordenados mínimos. A polícia municipal deve iniciar o processo de contra ordenação caso se apure que o regulamento não foi cumprido, e sair a coima.
Outro ponto do regulamento, proíbe a Câmara de apoiar espectaculos com animais se estes desrespeitarem o artigo em causa. E essa é que é a questão, só proibe a própria Câmara. Não proibe as pessoas enquanto pessoas (sejam vereadores ou presidentes da República (desde que com os seus meios pessoais)), nem Juntas, nem Freguesias, nem Bombeiros, nem Associações, nem empresas, etc.
Por isso, quando o DN diz que
"A junta de freguesia de São Martinho, em Sintra, apoiou ontem à noite a primeira grande corrida de toiros de Nafarros, apesar do regulamento municipal de animais impedir ajudas a este tipo de eventos."
está a ser ou desonesto ou mentiroso por ignorância.
Para um jornal pago e conceituado não sei o que é pior.
De L.Galrão a 28.08.2009 às 23:33
Meu caro,
Desonesto é descontextualizar. O parágrafo que enviei para o DN reza: "A junta de freguesia de São Martinho, em Sintra, apoiou ontem à noite a primeira grande corrida de toiros de Nafarros, apesar do regulamento municipal de animais impedir ajudas a este tipo de eventos. "A junta só cedeu o terreno e apoia qualquer iniciativa, não apenas a tourada, porque o regulamento abrange apenas a Câmara", explica o presidente, Adriano Filipe." Facto, facto e contraditório... Não encontro mentira e/ou desontestidade.
Cumprimentos,
Luís
PS - Quer desonestidades? Dois vereadores da CMS apoiaram a iniciativa. Um com máquinas e outro (pelo menos) com palavras de 'incentivo' à organização. Porque é que não fui mais claro no texto? Porque as fontes (várias) não quiseram dar a cara.
Acredito que sim. Desonestidades dessas toda a gente sabe que há, então na construção, imagina-se...
Sem perceber muito de jornalismo, permita-me dizer que não gosto do artigo em causa.
A frase que citei, continua a soar-me mal, o jornalista apresenta um facto em seu nome, e apresenta o contraditório com uma citação duma parte interessada.
Afinal, o regulamento não proíbe a Junta de apoiar, mas a afirmação continua lá, feita pelo jornal, ou jornalista, como preferir.
De L.Galrão a 29.08.2009 às 15:54
De facto, o regulamento apenas impede a autarquia Câmara e não a autarquia Junta. Provavelmente, está mal feito. Lembra-se dos municípios livres de armas nucleares, ou mais recentemente, dos municípios livres de OGM? Faz sentido que uma Assembleia Municipal delibere num sentido e que as Juntas decidam passar por cima disso? A frase apenas demonstra essa contradição. Mas como em tudo, é uma questão de estilo.
Cumprimentos,
Luís Galrão